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Jamie Dornan concedeu uma entrevista bastante intimista para sua amiga de longa data, a atriz Carey Mulligan. A Interview Magazine conseguiu reunir [isso é uma metáfora, pois ainda estamos em pandemia] a dupla em uma extensa entrevista sobre fatos interessantes da vida de ambos, como é claro sua amizade, trabalhos e muito mais. Abaixo vocês podem conferir a tradução na íntegra!

CAREY MULLIGAN: Oi Jamie. Como está você?

JAMIE DORNAN: Estou bem. Você sabe. Como vai você? Eu sinto saudades de você.

MULLIGAN: Estou feliz, na maioria das vezes, por não estar em Londres. Estou feliz por estar um pouco longe da [pandemia]. Mas foi extraordinariamente estranho. Você não está trabalhando nem nada no momento, está?

DORNAN: Não. Eu não, estou. Eu consegui trabalhar. Eu fiz parte de um filme que gravamos em Berkshire, de todos os lugares. Nem um milhão de quilômetros de onde você nasceu, na verdade. Foi estranho filmar em um momento de coronavírus, mas estranhamente não tão estranho quanto você pode imaginar, e na verdade me senti muito grato por ter feito algo.

MULLIGAN: Qual filme?

DORNAN: Eu fiz esse filme com Kenneth Branagh, que ele escreveu e dirigiu, e ele também está no elenco. Se chama Belfast e é sobre Belfast. Muitas pessoas não sabem que Ken é de Belfast. Eu não quero revelar muito. Foi adorável e eu me diverti muito. Catriona Balfe interpreta minha esposa, e Dame Judi Dench interpreta minha mãe e Kieran Hines interpreta meu pai.

MULLIGAN: Oh, meu Deus.

DORNAN: Foi realmente algo como espécie de time e eu adorei.

MULLIGAN: Isso é ótimo. Você teve que entrar em uma grande bolha com todos?

DORNAN: Nós apenas íamos de nossos alojamentos para o trabalho todos os dias. Éramos testados todos os dias e toda a equipe foi testada todos os dias, e nós superamos isso.

MULLIGAN: Oh, sinto falta de trabalhar. Deve ter sido tão bom atuar.

DORNAN: Foi como uma pequena adrenalina ser capaz de fazer isso. Comecei a filmar essa coisa [a série Dr. Death] em março, e então o mundo virou de cabeça para baixo, e você percebe que estamos tão acostumados com isso agora. É apenas parte de nossas vidas nos sets. Se torna normal para nós ficar com essa família estranha de dois a quatro meses, ou o que quer que seja, e ver essas pessoas diferentes todos os dias. Quando tudo isso é retirado, você percebe o quanto isso faz parte de você e o quanto você sente falta disso. Então, eu me sinto com sorte por ter feito isso.

MULLIGAN: Essa é a parte que eu mais sinto falta. Apenas a camaradagem e o pequeno sentimento de clube de verão.

DORNAN: Eu nunca tinha ouvido isso antes. Isso é exatamente como se parece.

MULLIGAN: Eu tenho cantado “Wild Mountain Thyme” o dia todo.

DORNAN: Eu sinto muito.

MULLIGAN: Mas é uma das minhas músicas favoritas –

DORNAN: Não.

MULLIGAN: Eu fiquei realmente obcecada por Kate Rusby quando eu estava em The Seagull, tipo um milhão de anos atrás, e ela faz uma versão muito bonita disso, e eu costumava ouvir isso o tempo todo. Assisti ao filme ontem à noite e estava chorando. Foi tão comovente no final. Eu simplesmente amei muito isso. Quando você canta com seu pai quando ele está em seu leito de morte, isso te comove. Foi doce.

DORNAN: Honestamente, naquela cena, eu não conseguia parar de chorar. Juro por Deus, chorei o dia todo. Obviamente, eu choro nisso, mas foi tão fácil para mim naquele dia porque Chris [Walken] estava quebrando meu coração, take após take.

MULLIGAN: Eu sabia que você tinha conseguindo chegar nesse ponto, porque seu rosto parecia muito inchado e, de uma forma fantástica, foi uma das raras vezes em que você não parecia sensacional na câmera.

DORNAN: Eu estava sinceramente quebrado naquele dia.

MULLIGAN: Como foi trabalhar com Christopher Walken?

DORNAN: Bem, você sabe, até ouvir você dizer que é um absurdo. Ele é um daqueles atores que são obviamente reverenciados, e não apenas reverenciado por seu trabalho, e suas obras de trabalho, e há quanto tempo ele faz isso, e como suas performances são icônicas e os filmes em que ele esteve, mas ele também é uma figura. Além do respeito pelo quão bom ele é como ator, ele é apenas um personagem famoso e alguém de quem todos dão uma boa impressão. Ele tem essa aura e, na verdade, é o homem mais doce e gentil, amável e bonito. Tenho certeza de que ele não se importará que eu diga isso – ele estava muito nervoso sobre muitas coisas. Dearbhla Molloy, que é um bela atriz, interpreta a mãe de Emily.

MULLIGAN: Oh, ela é tão maravilhosa.

DORNAN: Ele disse algo para Dearbhla, e ela se virou e disse: “Chris, você é o maldito Christopher Walken.” Ele estava tipo, “Eu sei, eu sei. Mas eu sou apenas … “Ele é tão humilde e tão doce. Em todos os sentidos. Eu o amo.

MULLIGAN: Você conheceu John Patrick Shanley? Como você acabou fazendo o papel?

DORNAN: Eu conhecia John Patrick Shanley. Eu me lembrava de ter visto Moonstruck há muito, muito tempo atrás, e não me lembrava muito sobre isso, mas me lembro de ter sido um sucesso, e lembro que Cher ganhou um Oscar. Eu estava definitivamente ciente dele. Ele é uma daquelas pessoas que você realmente não pode imaginar de o por que ele estaria ciente de mim, mas ele estava. Quando você recebe coisas scripts e você tem o privilégio de receber ofertas, considero isso um verdadeiro elogio, mas de vez em quando você não quer fazer coisas. Depois, existem coisas com uma pequena nota extra do seu agente que destaca: “Coloque isso no topo da lista e leia primeiro.” Eu li, e semelhante como eu acho que as pessoas respondem ao filme, eu pensei, “O que é isso? Esta é a coisa mais louca que já li, mas estou tão dentro, e estou tão emocionado com isso.” Então falei com Shanley por telefone cerca de dois dias depois.

MULLIGAN: Porque ele é diferente de tudo que eu já vi você fazer antes, certamente – ele era um personagem esquisito e desajeitado. Você se sentiu atraído por Anthony porque ele é totalmente diferente de tudo que você fez?

DORNAN: Com certeza. Eu diria que Anthony não está no controle de tudo, e isso está muito mais na minha zona de conforto. Eu interpretei muitos personagens que falam sobre controle na TV e em um filme. Muito disso. Na verdade, isso está muito fora da minha zona de conforto, porque tenho uma parte muito infantil do meu ser adulto. Então, de muitas maneiras, Anthony é a personificação de toda a minha estranheza, falhas e ansiedade social. Eu só queria dar um abraço nele durante a leitura do roteiro. Eu só quero colocar meus braços em volta desse cara e ser tipo, “Cara, está tudo bem. Está tudo bem ser assim. ” Achei que seria divertido incorporar alguém que não está tão seguro de si.

MULLIGAN: Eu definitivamente sinto que isso é mais do espírito de Jamie que eu conheço, além da câmera. Assistimos novamente a Jadotville durante o lockdown no verão, o que é, aliás, muito bom. Você é tão bom nisso.

DORNAN: Por que você assistiu esse filme?

MULLIGAN: Foi um filme de sábado a noite durante o lockdown para nós. Mas é um personagem totalmente diferente. Anthony era um pouco mais de você do que qualquer coisa que eu já vi você fazer. E eu o adorei por causa disso.

DORNAN: Mas isso também é a coisa mais difícil em atuar, não é? Eu nunca na minha vida, Carey, me senti tão exposto. Cheguei a um ponto em que me convenci de que carregava esse segredo por toda a minha vida. Eu adorei isso. Isso não acontece o tempo todo. Nós fazemos o que fazemos e, muitas vezes, há uma desconexão entre a realidade e a fantasia. Às vezes, ela fica embaçada e cruzada. Acho que tenho muito Anthony em mim. E também estou orgulhoso disso.

MULLIGAN: Isso te torna muito mais vulnerável quando você pode ver os paralelos entre você e aquela pessoa que você está interpretando, ao invés de ser uma pessoa completamente inventada, totalmente pensada e diferente. Isso é o que é tão comovente sobre aquela cena com seu pai. Fale comigo sobre Emily, porque eu a amo muito. Eu acho ela tão brilhante, linda e engraçada, e isso é algo totalmente diferente para ela também.

MULLIGAN: Como foi trabalhar com ela?

DORNAN: Eu sei, para Emily, ela estava em um ponto em sua carreira onde ela só queria fazer algo realmente diferente. Emily é uma grande estrela de cinema, e ela faz filmes de estúdio realmente grandes onde 120 milhões dólares é um orçamento pequeno. Acho que nos últimos dois anos ela tem feito muito isso – acho que, na verdade, para ser honesto com você, ela estava procurando fazer uma peça, e isso é baseado na própria peça de Shanley chamada Outside Mullingar. Sua irmã, Felicity, e Millie [Amelia Warner, esposa de Dornan] são melhores amigas, então eu meio que a conhecia um pouco. Nós brincamos agora porque eu a conheci algumas vezes, e ela realmente não se lembra de ter me conhecido. Você acha que algum dia iremos trabalhar juntos, Carey?

MULLIGAN: Tenho certeza que vamos. Acho que é só questão de tempo. Você não acha?

DORNAN: Parece estranho. Há alguns amigos meus com quem acho que nunca vou querer trabalhar.

MULLIGAN: É realmente um prazer trabalhar com amigos. Eu sei que você como você, então acho que está tudo bem. Acho que você só precisa se preocupar com isso com pessoas que você sabe que são idiotas no trabalho. Eu não acho que seria uma coisa ruim para a nossa amizade.

DORNAN: Bem.

MULLIGAN: E então você diga: “Sim, Carey, eu sei que você é adorável no trabalho também.”

DORNAN: Eu digo isso quase todas as vezes em que sou entrevistado: Hollywood é a menor indústria do mundo, e você conhece pessoas que são difíceis ou complicadas. Principalmente homens, eu acho. As pessoas são amigas de outras por esse motivo, tipo, “Não quero trabalhar com você, porque não quero destruir a ideia que tenho de você como amigo”.

MULLIGAN: Nós dois temos feito isso há tempo suficiente para saber que não vale a pena fazer a menos que você esteja fazendo com pessoas que tornam isso divertido. Eu só tenho uma regra geral agora, se eu ouvir que alguém tem uma má reputação por qualquer coisa – eles podem ser os gênios mais criativos, brilhantes, do universo – eu não quero fazer esse filme, porque eu quero ter um bons momentos, especialmente quando você tem que deixar seus filhos. Simplesmente não vale a pena passar por isso.

DORNAN: Principalmente porque temos cinco filhos no meio de nós, eu acho.

MULLIGAN: Isso é loucura, Jamie. Como isso aconteceu?

DORNAN: Eu estava realmente descobrir, pouco antes disso – nós nos conhecemos há 16 anos e meio, ou algo assim.

MULLIGAN: Porque nos conhecemos em por volta das gravações de Orgulho e Preconceito, e filmamos isso há 16 anos.

DORNAN: Meu Deus. Amo saber que te conheço há tanto tempo, e literalmente desde seu primeiro emprego. Acho que é tão legal, mas também é tipo, “Meu Deus, faz tanto tempo”, porque ainda nos sentimos jovens, certo?

MULLIGAN: Oh, Deus, sim. Ainda me sinto uma ingênua e sei com certeza que não sou mais. Estou tão doutrinado a acreditar que sou ingênua, porque o fui por muito tempo, e agora não sou mais. Eu só interpreto papéis de mães. É assustador. Quando me ofereceram Wildlife, eu tinha um filho de 15 anos no filme e disse a Zoe Kazan: “Zo, não sei se sou … sinto que pareço muito jovem”. Eu tinha 33 anos e ela disse: “Não, você não tem cara de jovem.” E eu estava tipo, “Oh, não. Você está certa. Porra.”

Fonte | Tradução: Equipe Jamie Dornan Brasil