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Nesta quarta-feira (29), foi divulgado que Jamie Dornan estampa a capa da nova edição da revista americana, Backstage. Além de um ensaio fotográfico maravilhoso, Jamie também concedeu uma entrevista para o veículo. Confira abaixo a tradução:

Jamie Dornan em como ‘Belfast’ o levou de volta para casa para a sua melhor atuação da carreira.

“Eu acho que estou provavelmente mais ambicioso do que eu jamais me deixei ser,” diz Jamie Dornan “Eu estou com certeza carregando mais isso agora.”

Sentado para um chá matinal em Lower Mahattann com um vôo pela frente para Los Angeles, o ator está no meio de uma turnê internacional de divulgação por sua aclamada performance ao lado de Caitríona Balfe, Ciáran Hinds e Judi Dench no filme de Kenneth Branagh, Belfast. Mas, nossa conversa teve como primeiro tópico quando ele deixou sua terra natal nos subúrbios de uma cidade Norte Irlandesa, abandonou a universidade depois de estudar um ano de marketing, e se mudou para Londres em 2002.

“Eu não imaginaria que eu era ambicioso nessa época de forma alguma,” ele reflete, “mas quando você olha para trás e vê todas essas coisas que fiz, os riscos que tomei foram carregados por ambição e desejo de fazer as coisas acontecerem.”

Não havia uma caminho a ser buscado através da arte de forma profissional para um jogador adolescente irlandês de rugby que fazia “artes dramáticas” de forma secundária na companhia de teatro local da sua tia. “O plano a ser seguido era ir para universidade, conseguir a porr* de diploma, e um trabalho sério,” diz Dornan. No entanto, ele recorda-se de se sentir “desesperado” no seu ambiente universitário. “Não acho que aprendi nenhuma habilidade enquanto estive lá por um ano — embora, eu tenha bebido bastante,” ele ironiza. Contudo, ele valoriza essa época porque o redirecionou para seus interesses de uma maneira um pouco menos convencional.

“É meio que desenterrar essa ideia em mim que queria fazer algo que fosse ‘algo’, ele diz. “Eu reconheço que talvez houve um elemento lunático na minha decisão, porém eu deveria ter me encurralado para ser capaz de chegar a algum lugar com isso.”

Ouvir Doran explicar, que ele sempre rejeitou a “uma ideia de visão limitada de vida,” ao invés de buscar “algo um pouco mais do mesmo.”

“Eu nunca quis estar entediado,” ele diz. “Segurança é algo maravilhoso para se encontrar, mas eu tenho sido o sortudo o suficiente para encontrar segurança em algo que aparentemente não parece ser tão seguro. Para eu tomar todos esses riscos, eu tive que fazer tudo isso bem longe de Belfast.”

O quão engraçado, nesse caso, é que o filme autobiográfico de Branagh, que é centrado nessa específica cidade, tenha o levado direto para casa. Dornan estrela no drama de época em preto e branco como Pa, um homem que trabalha entre Londres e Belfast enquanto luta para prover e proteger seu filho mais novo (Jude Hill) e esposa (Balfe) durante os violentos protestos dos The Troubles. Ele é bem intencionado, um personagem que coloca a família em primeiro, que luta duramente fazendo o possível e impossível diversas vezes. Retirada diretamente de sua própria infância durante esse turbulento período, Branagh chamou ‘Belfast‘ de seu filme mais pessoal até agora. Assim como, o de Dornan.

“Não importa para onde viaja ou viva, sempre serei um cara de Belfast, assim como foi o meu pai, o pai do meu pai antes dele, e o pai do meu avô antes dele,” diz Dornan. “Eu venho de uma longa linhagem de homens de Belfast, então eu reconheço o que é isso, quais são os seu valores, e o do que eles são moldados em termos de resiliência, seus humores, paixões, e a maneira como são dedicados a família. Todas essas coisas que têm sido os meus pilares de caráter estavam no roteiro com o Pa.”

‘Belfast’ tem feito mais do as melhores impressões sobre a carreira de Dornan, incluindo uma nomeação ao Critics’ Choice Award. Escalado como o ator principal por sua aparência, além de trazer suas próprias experiências como um homem trabalhador, o filme centraliza Dornan como um ator com profundas emoções que de alguma forma alguns alguns não poderiam acreditar que ele as tivessem.

Tem sido há cerca de 20 anos desde que o ator se mudou para Londres. A jornada começou com ele aceitando um trabalho em um pub antes maiores avanços como modelo entre o intervalo de apenas seis meses. Enquanto esse caminho “nunca tenha sido intenção” e ele reconhece lutar contra estigmas que cercam o caminho de se tornar o modelo-ator, o anos que se seguiram o vimos posar para a Abercrombie & Fitch, Armani, e Dior Homme antes de desenvolver bons anos lucrativos com a Calvin Klein. Sempre pareceu ser um trampolim para algum lugar, mas esses “trampolins estavam submersos,” reflete Dornan. Os trampolins só foram emergidos após anos de trabalho duro. Ele se questiona em voz alta, se isso ele tivesse conhecido pessoas que o ajudassem a construir uma ponte entre modelar e atuar “se eu não tivesse chegado a um determinado estágio de modelagem em que estava sendo muito bom para mim e eu estava nas salas certas. Mas foi isso que aconteceu.”

O primeiro filme de Dornan foi em 2006 com “Maria Antonieta” no qual ele interpretou o Conde Axel Fersen. Seguidos por dois curtas e um filme independente em 2009. Mas, foi interpretando o Sheriff Graham Humbert (aka o Caçador) na série da ABC “Once Upon a Time” dois anos depois ele foi escalado para um trabalho mais regular depois de uma década. No qual o transformou em um nomeado ao BAFTA por sua atuação como um assassino em série ao lado de Gillian Anderson na BBC Two e RTÉ One, “The Fall”; e depois veio seu papel principal como Christian Grey na trilogia bilionária de dólares “Cinquenta Tons”.

Apesar de seu sucesso comercial (e resultados que o levaram ao estrelato), Dornan se lembra de sua época em que interpretou o protagonista masculino daquela franquia como um personagem particularmente complicado.

“É uma pílula muito difícil e estranha de se engolir, sabendo de que quando você está fazendo esses filmes [onde] o público majoritário que irão responder e gostar positivamente são os fãs e os críticos não irão,” ele diz, “Eu apostaria pela vida de toda a minha família que gostam do The Guardian no Reino Unido, o Times do Reino Unido e o New York Times odiaram esses filmes – e eles odiaram! “Ainda assim, ele admite que foi incrível experimentar isso – a loucura que acompanhou essa jornada”.

E com um material de origem picante, ele abordou o personagem de Christian com a mesma consideração e precisão que fez com Paul Spector em “The Fall” e outros papéis mais “respeitados”: projetos como “A Private War”, “Wild Mountain Thyme”, e, sim, a comédia cult deste ano “Barb and Star Go to Vista Del Mar”. “Eu não poderia sentar aqui e me chamar de profissional se não fizesse isso”, simplesmente, diz ele.

Oferecendo uma espiadinha no seu processo de atuação, Dornan aconselha: “Leia o roteira de novo e de novo, quantas vezes for preciso, até em que você quase não goste mais dele, então está tão enraizado em você que, na verdade, será a última coisa que você irá pensar” ele diz. “Isso é algo que eu realmente tento fazer e com o qual tenho muita dificuldade, porque é um processo difícil. Particularmente com três crianças pequenas em casa, é difícil encontrar tempo quando você está se preparando um filme para simplesmente desaparecer e ler um roteiro repetidamente.”

Em seguida, vêm os aspectos mais técnicos do ofício, como um sotaque ou um tique físico. Interpretar o famoso fotojornalista da vida real Paul Conroy em “A Private War” foi um desafio particular para Dornan, pois ele estava se treinando para encarnar um homem que estava no set como consultor. Mesmo seu papel menor em “Maria Antonieta” de Sofia Coppola o fez ler sobre a monarquia francesa do século 18.

“Muito disso é tentar obter todo o conhecimento, toda a pesquisa e mergulhar no tempo se o personagem for definido em um período de tempo diferente. O que os homens estavam pensando naquela época? Qualquer que fosse o trabalho que eles estavam fazendo, o que isso envolvia? Como era o dia-a-dia?”. Como muitos atores antes dele, ele absorve todas essas informações apenas para esquecê-las. “A última coisa que você quer pensar é: O que foi que eu li sobre aquela época …? Você fez todo o trabalho, então ele está internalizado. E então, esperançosamente, você pode simplesmente ficar lá e dizer a porr* da verdade do dia. “

Dornan se esquiva de truques populares da indústria, como manter um diário ou ouvir música, por medo de que eles possam ter o efeito oposto e tirá-lo do momento. “Você acabou de ouvir algo que o leva a algum lugar que é muito pessoal para você – claro, você está chorando, parece ótimo, mas você não está ouvindo o que estou dizendo“, afirma ele. “Você só está pensando no seu cachorro que morreu.”

O trabalho de preparação só o carrega até certo ponto; às vezes, ele precisa preencher as lacunas. “Acho que estou sempre tentando deixar um elemento meu dentro do personagem”, diz ele.

Atuando como o assassino Paul em “The Fall”, por exemplo, ele essencialmente interpretou dois personagens. Dornan usou a personalidade do homem de família que Paul personificava em casa com sua esposa e filhos como uma oportunidade de destacar as partes de si mesmo que ele valoriza como marido e pai.

O ator reflete que nenhum projeto se alinhou com essa abordagem tão perfeitamente quanto “Belfast”. Branagh convidou Dornan e o resto do elenco para trazer suas próprias vidas e perspectivas para a mesa.

“Existem inúmeras coisas que pude trazer naturalmente para esse personagem que não pude adicionar em outros antes,” diz Dornan sobre interpretar Pa. Branagh encorajou essa forma de abordagem sem saber que isso já era parte do processo do ator. “Ele estava tipo, ‘Eu sei que você está interpretando uma pessoa – meu pai – mas precisa ser sua abordagem, e eu quero que você tenha seus próprios instintos e traga suas próprias ideias para isso’’, lembra ele. “Então isso, somado a tudo o que reconheci na personagem, levou à liberdade total. Nunca me senti tão livre em um set antes, tão confiante no que tinha permissão para fazer. “

Agora, ainda mais alinhado com Pa, ele está ansioso para voltar para casa e brincar de pai. Dornan admite que seus deveres em “Belfast” marcam apenas a segunda vez em oito anos como pai que ele está tanto tempo longe de sua esposa e filhas por mais de duas semanas. Pensando em Pa, ele diz: “Como eu gostaria ser capaz de me relacionar com isso ou não, eu me identifico com a necessidade de me ausentar às vezes. Eu sei o que é isso; Eu sei a culpa que isso traz e o efeito que tem sobre você.”

Então, se ele está procurando uma fresta de esperança, pelo menos suas experiências podem voltar ao trabalho. A única questão é onde suas ambições podem levá-lo a seguir.

Essa história é parte originalmente da edição de 30 de dezembro da Backstage Magazine.

Tradução: Equipe JDBR